sexta-feira, 3 de julho de 2009

O GLADIADOR


O gênio do Kléber pode até ter brecado a ascensão meteórica de sua carreira, mas, parafraseando o "galvanista" e óbvio Décio Lopes, "nada substitui o talento". Nem mesmo a cordatez substitui o talento.

Em tempos de Cacá, clichê do "bom-moço-de-família-trabalhador-dedicado-e-comprometido-com-a-carreira", vemos nossa saudade de jogadores com "cojones" (como diria El Pibe) saciada com esse fantástico Kléber; admiro ele desde os tempos de SPFC.

Almir Pernambuquinho, Garrincha, Edmundo, Romário, Reinaldo, Renato Portaluppi, Neto, entre muitos outros. Todos marrudos, folgados, posudos, preguiçosos com treinos e compromissos profissionais. Todos geniais, decisivos, nascidos com um talento nato que os bons moços dão um duro danado pra aprender.

Kléber é dessa linhagem, tão fora de moda no futebol-tecnocrata dos tempos atuais. Embora seja um péssimo exemplo de cidadania aos seus jovens fãs, convenhamos que é um cara que resolve em campo, não só pela técnica e agilidade, mas também por levar o jogo pra esse lado mais psicológico, por minar a saúde mental dos rivais (e às vezes até a de si próprio).

Kléber é daqueles que apimentam o jogo, que envolvem a gente naquele clima de competição, que acendem o confronto e o ascende a uma condição maior, de confronto para "conflito".

Kléber é daqueles que nos instigam a xingar muito com uma partida de futebol. Pergunto: qual de nós não ama o futebol exatamente por ser uma catarse, uma fuga pra liberarmos o estresse do dia-a-dia? Quase todos nós, eu presumo.

Kléber é a ignição desse processo. Ele é seboso, mas é apaixonante vê-lo em campo. Que me perdõe os bons garotos, mas pra mim, futebol é "pra macho".

Kléber é o cara! Que saudade dos "caras!".

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