quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MODINHA

(extraído de http://primoalbino.zip.net/)

"As pessoas, em geral, não querem decidir nem ao menos o que elas acham legal. Elas querem saber o que todo mundo acha legal pra elas poderem achar também.

Por que você acha que as séries americanas têm aquela risadinha no fundo?"

terça-feira, 3 de novembro de 2009

HIPOCRISIAS EMBUTIDAS NO CONCEITO CRIMINAL DA PIRATARIA


Pirataria é crime. Mas por quê? Quem nos impôs a lei dos direitos autorais, e por quais motivos escusos? Essa lei é justa com os consumidores da indústria audiovisual? Ela entra em conflito com o Código de Defesa do Consumidor, em algum momento?

Qual o conceito jurídico de pirataria? Alguém por aqui sabe ao certo? O camelô trabalha com material que tem direitos autorais registrados, mas alguns desses direitos, ou nunca foram licenciados, ou o licenciamento está vencido no Brasil. Sem contar que o contrato de licenciamento contempla explicitamente quais mídias o material pode ser veiculado. Não é raro a internet não ser mencionada nesses contratos. Com isso, a internet fica à margem do processo de licenciamento e, portanto, a divulgação de tal série por esta mídia fica liberalizada.

Outra coisa: eu não posso fazer cópias de material de propriedade intelectual alheia, visando obter lucro. Mas fazer cópias de backup, pra emprestar ou presentear amigos, ou mesmo pra ilustrar produções acadêmicas, eu posso sim. É uma permissividade que a lei me autoriza. E mesmo que isso venha a mudar, ainda assim a responsabilidade não será minha, afinal sou estimulado por vários fabricantes de eletrônicos a fazê-lo. Esqueceram que quem produz gravadores de DVD, pen-drives e afins não sou eu? Afinal de contas, hardwares desse tipo servem pra quê? Não é para fazer cópias? O irônico é que quem permite a comercialização desse tipo de produto é o mesmo legislador que proíbe o ato de copiar. Ou seja, ter a ferramenta de cópia eu posso, usá-la eu não posso. Quer incongruência maior?

E, por fim, fico com o raciocínio do povo em geral: "se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai a Maomé". Sempre estou à espera de produtos de qualidade, que deveriam ser fornecidos pelos "empreendedores" do ramo, mas nunca tenho meu desejo saciado. Quando raramente algo de bom me é oferecido (Animax, p.ex.), acaba em pouco tempo sucateado, zoneado e esculhambado. Eu tenho que satisfazer meus interesses como fã, oras! Não tenho culpa se sou marginalizado pela lei. Quem sente fome, estando marginalizado pelo sistema, rouba o pão. O sistema brasileiro segrega abertamente os gamers e os otakus. Então, que assim seja. Busco no mercado negro tudo que preciso, sem pudor. Também o sistema não tem pudores em me prejudicar...

Acontece isso com o usuário de drogas, com o jogador compulsivo, com o travesti. Acontece isso até com os transeuntes das cidades grandes, que usam, todo santo dia, kombis e vans ilegais, apenas fazendo valer seu direito constitucional mais elementar, que é o de ir e vir... Todos que querem chegar em casa mais rápido estão cometendo um crime, afinal. Culpa de quem? Das empresas de transporte público, que não prestam um serviço de qualidade, e do Estado, que não fiscaliza a prestação de serviço dessas empresas. Analogia melhor impossível.

Porque todos nós cidadãos, sem exceções, formamos uma sociedade de criminosos forçados. Graças uma elite mesquinha e corrupta, que secularmente dita os rumos da ordem coletiva de nosso país. Legisla pensando nos seus próprios interesses, e que se dane o resto da sociedade. Se existem o bicheiro, o traficante, o perueiro e o pirateiro, é porque tem gente interessada em manter certas atividades humanas no submundo. Tudo bem, é crime copiar ilegalmente material alheio. Mas, é crime ser fã de anime? É crime assistir um DVD com a namorada? Por que insistem em forçar a associação entre ser fã de anime com uma atividade criminosa? Afinal, qual é o pecado em fazer uma fezinha no jogo-do-bicho? Qual é o mal em jogar winning eleven alterado? O que tem demais sentir vontade de chegar em casa rápido, depois de um dia duro de trabalho?

O debate não pode ficar obtuso, se cometemos crime ou não. Todo mundo já cometeu algum dia, muitas vezes involuntariamente. Isso não tem jeito. A discussão real é sobre a lei. A lei é justa conosco? A lei merece ser cumprida por aqueles que ela não contempla?

Justiça não é o mero cumprimento das leis. Justiça é o constante aperfeiçoamento das leis. Questioná-las é o papel do bom cidadão. Questioná-las com palavras e também com ações. A lei sempre tem que estar à disposição do homem. Quando o homem é que está a mercê da lei, há algo de podre no processo. E quem ganha com isso tudo?

Luiz Angelotti, talvez?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SUPOSTOS "PIRATEIROS" SALVAM A TV A CABO NACIONAL


Essa semana que passou marcou a estreia de Naruto Shippuuden no Disney XD, na Cable TV estadunidense. Enquanto isso, aqui no Brasil ficamos dependendo da boa vontade de alguns poucos abnegados. Além dos polêmicos (e fundamentais) fansubbers, da Flashstar e de algumas editoras que lançam mangás de boa qualidade, na última semana fomos agraciados com o altruísmo de um canal de TV quase anônimo.

Não, eu não estou falando da Sony e seu "LixoMax". Estou falando de um canal de variedades genuinamente brasileiro, com apenas cinco anos no ar. Trata-se do canal NGT (Nova Geração de Televisão), canal 17 da NET e 48 UHF na grande SP. Com uma programação exótica e eclética, somada a uma aura "manchetiana" (no bom sentido da palavra inventada), este canal busca atender ao sem-número de segmentos outrora desprestigiados pelos canais concorrentes. Com isso, meio que sem querer, ele vai se tornando uma boa opção para a TV a cabo, cada vez mais repetitiva e obsoleta.

E nós, fãs de produções japonesas, também fomos contemplados. Já há alguns meses exibindo animes em diversos horários, desta vez o NGT se superou. Desde o dia 19 de outubro o canal está exibindo NEON GENESIS EVANGELION e a primeira temporada de YU-GI-OH!, de segunda a sexta às 19 horas. E tem mais! No horário do meio-dia, eles passam, acreditem se quiser, DOIS TOKUSATSUS: Machineman e Kamen Rider Dragon Knight. Nas manhãs de sábado, têm as reprises dos capítulos da semana.

Em que pese as suspeitas de pirataria deste acervo, não há como negar que, para os fãs de anime e tokusatsu, trata-se do último suspiro desse tipo de produção na TV tupiniquim. Acho que vale a pena prestigiar, até porque não podemos mais depender dos "bonitinhos e ordinários" Sony, Turner, Disney e Angelotti, que nos prometem mundos e fundos, mas no final só querem mesmo é o lucro fácil, sem compromisso nenhum com seu público-alvo.

Enquanto as empresas "sérias" desrespeitam os consumidores, agindo como se fossem as donas da verdade, são as manchetes e ngt's da vida que vivem falindo, ao tentar conciliar entretenimento e negócio. Ou seja, não vingam exatamente porque tentam fazer o melhor pro fã, apenas. Esforços desprendidos, sempre perdidos em vão. Ao mesmo tempo, os "arautos da ética" licenciam com documentação fria e conchavando com setores corruptos do poder público, mantendo assim seu monopólio na exploração desse nicho de mercado. E entregam aos fãs esses produtos porcos e mal-feitos, fruto do trabalho descompromissado que somos obrigados a aceitar calados.

Então, esqueçam por um instante essa retórica demagoga anti-pirataria. Parem de defender os interesses da classe empresarial, e cuidem das suas próprias vontades. Ajam como fãs de verdade. Dêem uma olhada no material dos caras, por favor! E, se gostarem, prestigiem. Essa pode ser a resposta concreta aos desmandos dos grandes barões do entretenimento.

Um abraço a todos.

PS.: Pros fãs mais hardcores de anime dublado, um detalhe importante: Evangelion está sendo exibido com a dublagem CLÁSSICA da Locomotion. Imperdível para os fãs antigos e saudosistas.

domingo, 18 de outubro de 2009

APPASSIONATA


Tive cerca de trinta paixões na vida.

Gostaria de tê-las vivido tão intensamente quanto eu faço com a atual.

Gostaria que as outras soubessem aquilo que a última sabe:

Soubessem do que sou capaz.

Causar-lhes-ia uma mesóclise beeeeeem brega de profundas sensações.

Mas faria com que sempre relembrassem de mim.

Assim como as relembro.

A lembrança do quase toque é encantador, porém melancólico,

E eu ainda hoje insisto em celebrar minhas derrotas.

Por ter sempre sido um quase vencedor.

Não me acostumei ainda com essa nova proposta.

Estar completo, realizado, satisfeito.

Só agora? Não... eu queria mais...

Eu queria voltar no tempo e realizar tudo o que não soube.

Pelo bem do meu ego, sim.

Mas também pelo bem de quem amei.

Pra de fato mostrar-lhes o quanto as amei.

Ah... se elas soubessem...

Que tive umas trinta paixões...

Que celebro minha vida apaixonada todo santo dia,

A cada beijo, a cada gota de suor...

Que eu não seria o amante que sou

Se nunca as tivesse amado,

Se não mais as amasse...

Cinara, Lara, Rafaela, Ana Cláudia, Pâmela, Cristiane, Cristiane, Gisele Mitrano, Suene, Viviane, Marcela, Cleonice, Sabrina, Dolores, Cátia, Cléo, Rose Freitas, Luciene, Vivian, Rosinha, Priscila, Patrícia, Ayumi, Akemi, Marli, Gabriela, Calais, Verinha, Gala, Bella, Six Lemuere, Laila, Vanessinha, Raquel, Julliana, Andressa, Renatinha, Ivonete, Úrsula...

Úrsula, Úrsula, Úrsula...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

MEDIA'S OLYMPIC TRAP


Se a olimpíada de 2016 vier pro Brasil, o mérito será do Nuzman.

Branco, olhos azuis, descendente de imigrantes, ex-desportista, graduado, "elegante" e "refinado"...

Mas, caso o Brasil perca essa oportunidade, é óbvio, a culpa será do Lula.

Baixinho, cabeça-chata, "paraíba", ex-comunista, "inguinorante", aleijado e cachaceiro...

Ou seja, dando o que der daqui a algumas horas, os "patrões" vencem.

Viva o Brasil, essa terra para poucos!

Atualização (8h25): Terminada a competente e convincente apresentação oficial da candidatura carioca aos delegados do IOC, ficou claro qual era a orientação de pauta aos nossos "exímios jornalistas": o mérito é do presidente (?) Meirelles, banqueiro tucano versando um inglês tão polido quanto insosso. Só se esqueceram que, bom mesmo em eleições, é o "sapo-barbudo".

Atualização 2 (17h42) Rio é sede olímpica, Lula o novo "getúlio", Globo cada vez mais desmoralizada, tudo muito bom, tudo muito bem... Mas convenhamos, hein! Foi mais Madrid que perdeu, que o Rio que ganhou. Porquê? Com honestidade, me digam: se vocês pudessem escolher pra jogar no seu time,
quem vocês escolheriam? Pelé ou Raúl? Hahahahahahaha...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"UM DIÁRIO NADA DIÁRIO DE TEMPOS ATEMPORAIS EM MINHA VIDA"


Era sempre assim que começava uma das muitas "cartinhas da tradição"* que escrevi na minha adolescência. Sempre quis fazer um diário, mas diário é coisa de menina, né? Não importa muito a minha alma feminina... eu tenho é que ir ao Maracanã! E de mais a mais, ser obrigado a fazer a mesma coisa todo dia é um saco. Eu gosto de escrever sim, mas só quando eu tô com vontade, pô!

Assim eu pensava na época. Por isso os "diários" eram nada diários. Por isso os tempos eram atemporais. Era como se eu vivesse dentro de um anime, onde a estória é contada a partir do meio, e de tempos em tempos vem um flashback pra explicar por que aquela cena se desenrola daquela forma (inclusive, por favor quando eu morrer, se famoso, peguem meus diários nada diários e dêem pro Katsuhiro Otomo escrever o roteiro, pro Hideaki Anno dirigir e pro Studio Pierrot animar. Com Luís Sérgio Vieira no papel de Alsan, Flávia Saddy como Gisele Mitrano e a voz de Márcia Regina atuando como a "gugúi" Úrsula Martins).

Hoje sou um velho de quase trinta anos, quase pai e quase feliz. Não me apego com a mesma paixão às coisas bestas de moleque, a despeito do tempo perdido na frente da tevê acompanhando Fate Stay Night e La Celeste Olimpica. Ainda assim, de alguma forma ainda escrevo diários, no caso este blog. E me pergunto: afinal de contas, o que eu ganho com isso? Ainda vivo a mesma vida de sempre... eu não deveria mudar? Não deveria estar aproveitando melhor a vida? Não deveria progredir, ao invés de estagnar?

Sim, porque se hoje eu conto moeda pra inteirar o buzão, é porque desperdicei meu intelecto criando a melhor estratégia pra zerar em duas horas e vinte o resident evil três, ao invés de estudar pra me formar mestre em antropologia. Eu também devia ter beijado mais, fodido mais, esmurrado mais, dançado mais, berrado mais...

Mas eu gastei meu tempo com nada. Isso é o que conta, essa é a melancólica certeza que concluo. Até parece que as pessoas do meu passado me buscam pra que eu as recupere, e eu me apego a estas amarras, mas no final revela-se apenas uma ilusão, criada pela minha alma carente daquilo que não vivi.

Acho que sou pretensioso. Afinal, seria impossível seduzir todas, escrever todos, acompanhar tudo, aprender tudo. Mas eu queria ter mil braços, como bem diz a canção**. Mais! Queria ter mil olhos, mil bocas, mil corações, ser onipresente e onisciente, vasculhar todas as almas humanas e desbravar todos os cantos da Terra. Acho que sou infame. Afinal, queria ser como um deus.

Eu devia era aproveitar tudo do pouquinho que eu tenho. E também desistir dessa luta inglória que batalho, a de ter mais e mais. Tudo, é certo que não terei. Só que não consigo me contentar com tão pouco. Ser "quase" feliz, nesse ponto, é deveras motivador. Motiva a gente a continuar tentando ser totalmente feliz.

Mas é angustiante também. Porque já deu pra perceber que não existe a felicidade plena. Sempre vem aquela brisa gelada da amargura, que me faz perder mais uma noite de sono a rascunhar esse famigerado "diário nada diário de tempos atemporais em minha vida". E não chegar a conclusão nenhuma.

Sem encontar um norte. Vivendo o mesmo vazio. Conflitando as mesmas contradições. Pedindo socorro pra dentro. Ouvindo um vácuo como resposta.

Alsan

(*) Cartas de amor secretas que eu escrevia na época do colégio. Seu destinatário nunca as leu.

(**) A canção citada é "Mil Braços", versão em português da música "Depend on You", de Ayumi Hamasaki, que compus há uns anos atrás. Qualquer dia eu posto essa letra por aqui.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

SOCIEDADE DE CASTAS NO BRASIL #1: O "POVÃO"


O brasileiro pertencente à casta conhecida vulgarmente como "povão" é aquele que se orgulha do Brasil do jeito que ele é. Vê a classe média como "playboys", que são seus grandes inimigos. Afinal, trata-se dos filhos dos patrões (ou os próprios) que no dia-a-dia tanto o oprimem, e a seus amigos de laje. Ah, se ele soubesse que eu fico direto em lajes, tomando um "gelo" e jogando buraco...

"Sou brasileiro e não desisto nunca!", "Sou maloqueiro e sofredor", "Faveeeeeeeela, orgulho e lazer, nós somos... faveeeela!", "É som de negro, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado"...

Há uma mensagem torpe imperando no entretenimento brasileiro dos anos 2000. Trata-se do "orgulho de ser pobre". A maioria pobre deve ser convencida que "tá tirando onda". A favela não é feia, nem suja ou fedida. A favela é style! A favela (ou gueto) é a marca do Brasil, e seu povo "sofrido" e "batalhador" tem que fazer de tudo pra manter sua cultura linda. Axé, samba e funk; sexo com menores, tráfico e armas; leis paralelas, incitação à violência gratuita e ao furto de energia elétrica e água encanada; individualismo extremo contrastando com a falta de privacidade e autonomia. Enfim, viva essa contribuição maravilhosa do Brasil à antropologia mundial, que é a favela!

Ou seja: querem convencer o pobre que é bom ser pobre, e que ele não deve correr atrás pra, com trabalho e instrução, melhorar a sua vida e a da comunidade ao seu redor. Querem manter a maioria como ela sempre foi: preguiçosa e ignorante. É um estratagema sórdido (e porque não dizer, manjado) da elite brasileira, com medo de perder o poder que sempre teve na tomada de decisões da nossa pátria. Disseram-me uma vez: "há os que trabalham, há os que têm empregos e há os que ganham dinheiro". A maioria deve trabalhar, apenas. Sem pensar. Tal qual Carlitos em "Tempos Modernos".

O "povão", como bom "patriota", adere a essa tese afirmada nas telenovelas e nos telejornais. Respeita a opinião de Galvão Bueno, William Bonner e outros crápulas. Defende com unhas e dentes a bitolação nacional, porque é brasileiro e deve honrar a cultura brasileira. No fundo, sem que perceba, defende esse engodo tão somente porque lhe é simpático.

Enquanto isso, existe uma minoria dentro das favelas, que, sabe Deus o porquê, não engole essa lorota. Juntamente ao segmento da classe-média que não é "aplayboyzada", inicia-se - graças à invenção máxima da comunicação humana, a Internet - uma retórica bastante antipática aos ouvidos do "povão". É antipática por ser, digamos, contundente. Agressiva, na verdade. Ela cobra do "povão" uma atitude cidadã mais ativa.

Cobrança injusta, de fato. Como o "povão" vai atuar se nem sabe onde mora o erro? Como o "povão" pode exercer cidadania se não lhe é ensinado os princípios básicos de conduta? Óbvio, esclarecer-lhes seria o caminho. Mas desafiar a gigante máquina midiática é ainda, apesar dos esforços, uma ousadia grande demais.

Essa minoria esclarecida vê os problemas brasileiros como eles REALMENTE são. É claro que estes se aborrecem com o establishment da alienação coletiva, e por isso brigam muito, mas da forma errada. Batem boca, vociferam, reclamam, contestam, criticam. Sempre com acidez, sarcasmo e ironia. Jamais contra o "povão", mas contra aquilo que REALMENTE oprime o "povão": sua própria ignorância.

Mas, ignorante, o "povão" não alcança aonde se quer chegar. Com isso, se ofendem, dizendo-se perseguidos e massacrados por preconceitos que jamais houveram. É isso que os magnatas da informação subliminarmente fazem: jogam os incultos contra os esclarecidos, para que aqueles tomem as dores que não são deles, e defendam o mesmo sistema que os enclausuram... Coitados!!! Porque, em verdade, nós queríamos um Brasil verdadeiramente democrático, com fluxo de informações sadias e construtivas, com debates austeros, e não a falácia rasa e mesquinha de que "ser pobre é melhor que ser rico".

Nós queríamos ver as crianças da favela brincando em playgrounds algum dia, e não serem obrigadas a morar mal, com indignidade. Mais: queríamos que todas as crianças brasileiras tivessem iguais condições pra acessar a todo o tipo de informação, e não apenas algumas informações selecionadas pela elite. Queríamos ainda que elas fossem estimuladas a estudar, a criar, a produzir, a pensarem por si mesmas, e não apenas servindo como papagaios-de-pirata do pensamento dominante, boicotando a si mesmas sem saberem.

Nesse Brasil imaginário, as crianças poderiam fazer suas próprias escolhas. Teriam o direito de escolher na tevê se querem ver desenho japonês, americano, francês ou nacional; se querem acompanhar futebol japonês, americano, francês ou nacional; e que fossem ao colégio pra aprender sobre a cultura e a história japonesas, americanas, francesas e nacionais.

Não mais veriam como inimigos aqueles que fazem escolhas diferentes das suas. Teriam a dignidade de poder escolher o que comer, o que vestir, onde morar e com o que se divertir. Sem qualquer limitação financeira que lhes obrigue a serem "favelados" ou "playboys". Com o direito de escolha sobre o que se quer ser, contanto que cumpram seus deveres para com o bem comum.

Nós sabemos que hoje isso não é possível devido à ganância das mesmas pessoas que segregam os brasileiros em "pobres" e "ricos". Então vai um apelo ao "povão". Ao invés de defender somente os pobres, pensem mais em defender todos os brasileiros. Ou melhor, pensem mais em defender a Humanidade. Não se apeguem às mediocridades que a tevê lhes vende, amigos...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

ORA!!! ORETACHI WA SEKAI WO SHIHAISURU!!! *

Ilustração perfeita!!!
A pretensa "deusa-vênus" literalmente cheira o cu da Haruhi-sama!!!
Estamos mudando de patrão, seus bitolados!!!
(traduzindo o título) A GENTE VAI DOMINAR O MUNDO, PORRA!!!


sexta-feira, 24 de julho de 2009

MEU GRÃO DE AREIA NESSE DESERTO BLOGOSFÉRICO (eu sei, o título tá uma merda!)

Andei olhando outros blogs.
Todos me parecem bem mais lúdicos.
Mais opções, funções e ferramentas.
Textos melhor redigidos, mais atraentes, suaves aos olhos do leitor.
Layouts mais refinados. Cores e traços harmoniosos. Visual conexo.
Mais informação, mais cultura, mais intelecto.
Conteúdo maior e melhor, e melhor disposto também.
Sem essas prolixias daqui, ou as ponderações intimistas, reflexivas e sem relevância.
Blogs bem mais visitados (eles medem as visitas - como fazem isso?).
Muito mais comentários.
Blogs que existem na web.
Nada comparado a esse "cu-de-mundo" que compus.

Então, de repente, ocorreu-me certa vergonha do meu blog.
Mas aí rapidamente me refiz.
Afinal de contas, nunca escrevi pros outros mesmo...
"Versos ofensivos de tão desconexos", lembra ô mané?
Se lerem e entenderem, bom pra eles!
Terão muito a crescer.
Porque eu cresço "by myself".
Não preciso existir pra fora.
Existo pra dentro, pra mim mesmo.
Esse blog é apenas o registro desse existir.
E um pretexto pra eu saciar outro de meus prazeres.

Pois eu gosto de escrever.
Gosto dos assuntos desinteressantes que me motivam a escrever.
Gosto de escrever sem saber muito bem sobre o que escrevo.
Sem saber muito bem como escrevo.
Não gosto de ler, gosto de escrever.
Intuitivamente assim, meio "de orelha", cheio de "aspas" mesmo.
Gosto do exercício da munheca forçando a Bic no papiro.
Gosto do barulho frenético das teclas.
Gosto de repetir palavras pra fingir uma poética que não possuo.
Gosto de ser cafona, contanto que seja puro.
Não me interesso por essa retórica dominante, a de ler muito pra ousar escrever.
Gosto de gugúizar.
Gosto de fazer o leitor "ficar boiando".
"Afinal de contas, o que esse bobo quis dizer?"
Mas eu gosto mesmo é de anime, futebol e videogame.
E foi graças a estes que descobri a Filosofia.
E digo pra vocês: a Filosofia é bem mais lúdica que os blogs pretensamente lúdicos, que eu por um breve momento perdi meu tempo invejando, oferecem por aí.

Fiquem com a vossa "intelectualidade".
Eu prefiro saber das coisas "burramente" mesmo...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

E-MAIL PARA O ANIMAX


Olá.

Sou um dos assinantes fiéis ao Animax. Por culpa de vcs, fãs do canal como eu são cada vez mais raros. Embora este seja meu primeiro contato com vcs, acompanho o canal desde seu lançamento, em agosto de 2005, na extinta Directv, à época a única operadora que disponibilizava o sinal no Brasil. Na verdade, eu era cliente Sky e assinei a Directv também, desde maio de 2005, apenas porque começaram os rumores sobre o lançamento do canal. Ou seja, tenho feito tudo por vcs, anônimo, sem que vcs saibam que eu existo. Assisti ao final dos trabalhos da Locomotion, passei em claro a madrugada da estreia do canal na contagem regressiva da Frente Aliada do Animé, pago sempre os pacotes mais caros das operadoras; enfim, sou fã contumaz, assíduo, apaixonado, bom consumidor, fiel. Tudo o que vcs desejam ter pro canal.

Mas, de lá pra cá, muita coisa mudou dentro do meu coração em relação a vcs. Confesso que os rumos que o canal tomou nos últimos 18 meses têm me deixado bastante desapontado. O produto que vocês lançaram em maio de 2008, com o nome de "Animax 2.0", repleto de atrações não-anime, revoltou o grupo que acompanhava frequentemente sua programação, sem sequer retornar grandes resultados pra vcs. Foi uma proposta de renovação por parte de vcs, eu entendo, mas parece que hoje esta proposta está falida, não?

No entanto, ao contrário da maioria dos revoltosos, meu desânimo não é por causa da frustração de não ter um canal 100% anime. Tenho outros motivos, os quais descreverei abaixo, motivos estes desconhecidos por vcs, já que ninguém comenta sobre isso pelos blogs da vida. Porque reclamar do conteúdo dublado, todo mundo reclama. Mas pra mim é ótimo, é um sonho feito real, espero que vcs continuem a dublar. Sou fã antigo, da época da rede Manchete, tenho preferência por animes dublados. Reclamar da programação anglo-saxônica, apelidada pelos fãs de "Eixo do Mal", também é recorrente. Só que eu entendo o lado de vcs. Por que não, aproveitar um espaço que era morto com reprises, com uma programação que poderia atrair mais audiência e anunciantes? Afinal, alguém tem que pagar a conta do canal, né?

Pena pra vcs que deu errado. Na época do lançamento das séries americanas, seria bem melhor se vcs reexibissem alguns daqueles animes antigos que vcs tiraram do ar. Até porque, foi na época do lançamento do "Animax 2.0" que o canal passou a operar com a Net, aumentando sua abrangência. Muitos assinantes atuais do Animax, fãs de anime, não puderam assistir dezenas de séries exibidas no passado. Que tal então retransmiti-las? Teriam todas um caráter ineditista. É uma idéia simples, ainda não explorada. Acho que vcs só não fazem isso por causa do encerramento dos contratos. Mas me digam: seria tão caro assim renovar o contrato de séries de excelente qualidade? O retorno não valeria a pena? É tanta coisa boa pra reeeditar: Lain, Arjuna, Saber Marionettes, DiGiCharat, Galaxy Angel, Ran the Samurai Girl, Nadesico, Initial D, .Hack, Hungry Heart, DNA2, Last Exile, Wolf's Rain, Tsukihime, Vandread, Gantz, Scryed, Dear Boys, Fumoffu, Noir, Kurumi, Saikano, M.S. Loki, Heat Guy J, Milk-chan, Twin Spika, Excel Saga...

Além dessa proposta de reprisar as séries que o povo da Net não pôde assistir, tenho uma reclamação grave a fazer: MELHOREM A QUALIDADE DO SINAL DE AÚDIO E VÍDEO!!!!!! É um porre ficar ouvindo estalos constantes no som (o defeito que eu mais odeio, já ocorre há mais de dois anos, sempre me pega de surpresa), eventual áudio em espanhol e japonês SEM legendas, ver capítulos com cenas cortadas, capítulos inteiros não exibidos ou fora da ordem, reprises intermináveis apenas da segunda temporada das séries (um absurdo: repete da metade até o fim, não passa o início), imagem quadriculando, imagem com manchas e interferências das mais variadas espécies, etc..

Lembrem-se que o Animax defende a marca Sony pra um público que é muito importante pra essa empresa: os consumidores de eletroeletrônicos. A Sony é aclamada no mundo todo pela alta performance tecnológica de seus produtos eletrônicos, como videogames, televisores e DVD players. Já pensou se essa imagem fica arranhada porque os canais do grupo não acompanham essa qualidade? Mas é isso mesmo que tá ocorrendo!!!! A imagem e o som do canal Animax não é nem sombra do que foi nos primórdios, em 2005. Na boa: a transmissão de vcs, há quase dois anos, está UM LIXO!!! Não é padrão Sony de qualidade. Ou é??? Porque se for, paro de comprar tevê e playstation de vcs rapidinho!!!!

Enfim, basicamente, é essa minha opinião sobre vcs. Espero que vcs repensem seu trabalho, buscando sempre melhorar, pra satisfazer a nós, clientes e consumidores. Sem nós fãs de anime, o Animax não é nada. Não adianta transformá-lo num novo "boomerang", que a resposta do público será igual ao desastre que ocorreu com a Turner: perda do público outrora fidelizado sem agregar qualquer valor novo. A Sony não quer ser uma nova Turner, eu presumo. Ela quer ter o sucesso da Disney, espero. Então, considerem com bastante carinho as demandas desse público que sempre foi próximo a vcs, mas que, de tanto desgosto, pode irremediavelmente lhes virar as costas. Certo?

Não esqueçam de responder a esta mensagem. E pelo amor de Deus: salvem o meu querido Animax!!!

Alsan Matos
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Listarei abaixo minhas propostas e reivindicações:

1. Manutenção da dublagem, para a versão brasileira, de todo o conteúdo animê do canal. Se possível, abrir uma opção com as mesmas séries no som original e legendas, para agradar os fãs que não gostam de dublagem. Fazer dos dois jeitos: dublado e legendado. Só com isso, a audiência iria triplicar.

2. Extinção ou diminuição drástica do conteúdo não-anime (Eixo do Mal: Spaceballs, Blood Ties, Middleman, Distraction, Lost, TV Shopping e Reciclo).

3. Reduzir a quantidade de reprises, mas mantendo-as. O ideal é que TODAS as séries tenham APENAS uma reprise - não fica cansativo nem fica sem reprisar, afinal elas são úteis. Não cometer erros como o do "R.O.D", que não tem uma reprise sequer durante a semana.

4. Reformular a grade do canal, com blocos específicos dos diversos estilos de anime. Exemplo: de manhã, blocos "shoujo" e "infantil"; à tarde, blocos "de comédia", "esportivos", "shounen" e "tokusatsus"; à noite, longas de anime e séries "mechas", "cyberpunk", "cults" e "doramas"; de madrugada, "hentais" e reprises variadas; nos fins-de-semana, reprises da semana, atendendo ao público que trabalha e estuda durante a semana; eventualmente, cobertura de eventos estrangeiros e nacionais; além de um programa semanal de clipes de J-music e outro sobre "anime-games".

5. Rodízio constante entre as séries. Quando uma finalizar, estrear uma nova ou reprisar uma que esteja "na geladeira". Evitar infinitas reprises da mesma série. Reexibir constantemente TODO o portfólio do canal, não apenas as séries mais recentes. Vcs tem mais de 80 séries de animes, não é possível ficar perdendo tempo com 60 séries encalhadas enquanto 20 são reprisadas durante anos! Não cometer erros como Lain, que foi exibido apenas uma vez, ou como Full Metal Alchemist, que há mais de quatro anos é exaustivamente reprisado.

6. Estrear animes que tenham seus mangás lançados no Brasil. Vcs aproveitam as iniciativas do mercado editorial brasileiro, sem fazer esforço. É óbvio que quem compra o mangá quer ver a série animada também, ora...

7. Melhora brutal na qualidade técnica do sinal de áudio e vídeo do canal. Em tempos de HDTV, o sinal de vcs é ridículo!!!

8. Responder este e-mail de forma clara e comprometida, afinal sou cliente fiel de vcs, mereço respeito.

9. Trabalhar esse canal com o carinho e amor que nós fãs sempre dedicamos a ele.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O GLADIADOR


O gênio do Kléber pode até ter brecado a ascensão meteórica de sua carreira, mas, parafraseando o "galvanista" e óbvio Décio Lopes, "nada substitui o talento". Nem mesmo a cordatez substitui o talento.

Em tempos de Cacá, clichê do "bom-moço-de-família-trabalhador-dedicado-e-comprometido-com-a-carreira", vemos nossa saudade de jogadores com "cojones" (como diria El Pibe) saciada com esse fantástico Kléber; admiro ele desde os tempos de SPFC.

Almir Pernambuquinho, Garrincha, Edmundo, Romário, Reinaldo, Renato Portaluppi, Neto, entre muitos outros. Todos marrudos, folgados, posudos, preguiçosos com treinos e compromissos profissionais. Todos geniais, decisivos, nascidos com um talento nato que os bons moços dão um duro danado pra aprender.

Kléber é dessa linhagem, tão fora de moda no futebol-tecnocrata dos tempos atuais. Embora seja um péssimo exemplo de cidadania aos seus jovens fãs, convenhamos que é um cara que resolve em campo, não só pela técnica e agilidade, mas também por levar o jogo pra esse lado mais psicológico, por minar a saúde mental dos rivais (e às vezes até a de si próprio).

Kléber é daqueles que apimentam o jogo, que envolvem a gente naquele clima de competição, que acendem o confronto e o ascende a uma condição maior, de confronto para "conflito".

Kléber é daqueles que nos instigam a xingar muito com uma partida de futebol. Pergunto: qual de nós não ama o futebol exatamente por ser uma catarse, uma fuga pra liberarmos o estresse do dia-a-dia? Quase todos nós, eu presumo.

Kléber é a ignição desse processo. Ele é seboso, mas é apaixonante vê-lo em campo. Que me perdõe os bons garotos, mas pra mim, futebol é "pra macho".

Kléber é o cara! Que saudade dos "caras!".

domingo, 31 de maio de 2009

DECISÃO DA FIFA SOBRE AS 12 CIDADES-SEDES DA COPA DE 2014

Seu Blatter agredindo minha inteligência, foi o que mais me irritou.
"Só foi utilizado critérios técnicos e desportivos na escolha das sedes" Ah tá bom então!!!!
Deu pra perceber q os critérios foram somente dois: o potencial turístico, e prometer estádio novo.

Reformar estádio, segundo a FIFA, tá fora de moda. Copa moderna tem que ter estádio novo.
Sabemos q é uma grande bobagem. Do que adianta estádio novo pra ninguém jogar nele depois?
É onde mora o erro em selecionar sedes como Cuiabá, Manaus e Brasília.
Muito investimento pra equipamentos desportivos que não serão utilizados depois.

Nada contra as cidades e seus respectivos povos (apesar que de Brasilia eu não gosto mesmo).
Mas sou mais o Mangueirão com Remo, Paysandu e 30 mil pessoas dentro, q gastar 500 milhoes num estádio em Manaus.
Belem é mais turistica também, mas perdeu porque foi correta com seu contribuinte. Pensou no bolso do povo.
Mais uma triste mensagem às nossas crianças: que pra se dar bem no Brasil, vc tem que ser irresponsável.
Principalmente com a conta que vc faz, mas os outros é que pagam. Aí metam a mão mesmo, viu crianças?
(Sou brasileiro e não desisto nunca... de me decepcionar em ser brasileiro)
"Em Manaus a gastança será farta, logo corramos pra lá faturá um caraminguá", pensou dona Fifa e seus asseclas.

Goiânia perdeu pelo mesmo motivo, e piorou por ser uma cidade morta, sem opções turisticas ou de lazer.
Tem um futebol pujante, é ótima pra morar, mas não é perto do pantanal.
"Então que seja: façamos um penico de 500 milhões pras garças cagarem lá em Cuiabá." Assim fala a dona Fifa.
(Embora no caso de Cuiabá, a tragédia foi pouca. Se fosse pra Campo Grande seria bem pior. Os cuiabanos ao menos são hospitaleiros)

Ironicamente, a única sede que propôs apenas reforma do estádio e foi escolhida, é a única que tinha a obrigação de derrubá-lo: Salvador.
A Fonte Nova é um nojo, é um caso de segurança pública mandar jogos lá. Mas o que que a Bahia tem?
É óbvio que Salvador só foi escolhido por ter sido "antiga capital" e porque os gringos querem beijar muito em micareta também.
Ou seja: tem que ter fuzuê, tem que ter maculelê, tem que ter jabaculê, tem que ter sei lá o quê, alguma tem que "tê", pra ser sede de copa do mundo.

A copa do mundo virou um evento tão grande, que tem de tudo! Até futebol. Mas será que hoje em dia alguem repara nisso?

Alsan

PS: FIFA - Federação Internacional das Festas Arranjadas.